Médica dermatologista e hansenóloga do Santa Marcelina Saúde alerta para a prevenção e tratamento
A hanseníase, também conhecida como lepra ou mal de Lázaro, é uma doença infecciosa, transmissível e de caráter crônico, que ainda persiste como problema de saúde pública no Brasil. Seu agente etiológico é o Mycobacterium leprae, um bacilo que afeta principalmente os nervos periféricos, olhos e pele.
A doença, que atinge pessoas de ambos os sexos e de todas as faixas etárias, pode apresentar evolução lenta e progressiva e, quando não tratada, é passível de causar deformidades e incapacidades físicas, muitas vezes irreversíveis.
De acordo com a médica dermatologista e hansenóloga do Santa Marcelina Saúde, Dra. Mariana Franco, em 2021, cerca de 11,3% dos casos novos diagnosticados no município de São Paulo já apresentavam incapacidades graves. ‘’ O mais importante é realizar o diagnóstico precoce para que a doença não progrida e o paciente não fique com sequelas.’’
Sintomas
Estar atento aos sintomas é extremamente importante para o combate da doença. Por isso, caso identifique quaisquer um dos sintomas abaixo, procure a Unidade de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência:
– Sensação de formigamento, fisgadas ou dormência nas extremidades;
– Manchas brancas ou avermelhadas, geralmente com perda da sensibilidade ao calor, frio, dor e tato;
– Áreas da pele aparentemente normais que têm alteração da sensibilidade e da secreção de suor;
– Caroços e placas em qualquer local do corpo;
– Diminuição da força muscular (dificuldade para segurar objetos).
Transmissão
A médica Mariana Franco destaca, ainda, que os pacientes sem tratamento eliminam os bacilos através do aparelho respiratório superior (secreções nasais, gotículas da fala, tosse, espirro). ‘’A maioria das pessoas que entram em contato com estes bacilos não desenvolve a doença. Fatores ligados à genética humana são responsáveis pela resistência (não adoecem) ou suscetibilidade (adoecem). O período de incubação da doença é bastante longo, variando de três a cinco anos.’’
Tratamento
A hanseníase tem cura. Os procedimentos, que são feitos nas unidades de saúde, é gratuito. A cura é mais fácil e rápida quanto mais precoce for o diagnóstico. O tratamento é via oral, constituído pela associação de três medicamentos, denominado de poliquimioterapia (PQT).
É importante lembrar que todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) realizam a busca ativa, abordando os usuários para identificar sinais da doença.
Prevenção
A prevenção se baseia no exame dermatoneurológico e aplicação da vacina BCG em todas as pessoas que compartilham o mesmo domicílio com o portador da doença.