Sem cura estabelecida, conscientização é fundamental para o diagnóstico e tratamento adequado da patologia

O dia 30 de maio é conhecido como o Dia Mundial da Esclerose Múltipla, data marcada pela ampliação do conhecimento e conscientização sobre a doença autoimune que afeta o sistema nervoso central e impacta pelo menos 40 mil brasileiros, segundo a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM). Crônica e neurodegenerativa, a esclerose múltipla apresenta uma diversidade de sintomas, que podem tanto indicar imediatamente sua gravidade quanto se assemelhar a traços comuns do cotidiano, o que leva o paciente a não buscar assistência por meses ou até anos.

A esclerose múltipla atinge principalmente mulheres jovens, entre 25 e 35 anos. Por razões genéticas ou ambientais, o sistema imunológico começa a atacar a bainha de mielina, uma camada de gordura que envolve as fibras nervosas na substância branca do cérebro e na medula espinhal. Esse processo compromete a função do sistema nervoso, afetando o trânsito de informações dos neurônios para o resto do corpo. Quando esse caminho é prejudicado pelas lesões provocadas pela doença, essas informações se dispersam, gerando uma variedade de sintomas.

O Santa Marcelina Saúde possui um Ambulatório de Esclerose Múltipla que oferece tratamento de excelência, comparável aos melhores centros do país. Com uma equipe formada por neurologistas, navegadores e enfermeiros, o ambulatório proporciona aos pacientes o cuidado necessário, desde consultas e diagnósticos até internações para administração de corticoides, visando melhorar a qualidade de vida dos atendidos.

Segundo o neurologista e especialista em Esclerose Múltipla do Santa Marcelina Saúde, Dr. Flávio Vieira, ao surgirem os principais sintomas, como neurite óptica (inflamação do nervo dos olhos), tontura e desequilíbrio, paralisia dos olhos, neuralgia do trigêmeo (dor facial) e síndrome medular (fraqueza e alteração de sensibilidade nas pernas e braços), é necessário procurar um neurologista para a realização de exames específicos, como ressonância magnética e coleta de líquor.

“Apesar de diversos estudos, ainda não há uma conclusão definida sobre as causas da esclerose múltipla. Sabe-se que alguns fatores ambientais, como infecção pelo vírus Epstein-Barr, deficiência de vitamina D, tabagismo e alguns genes específicos, podem aumentar a propensão à doença, mas nenhum fator é completamente definido”, esclarece o Dr. Vieira.

O neurologista explica ainda que, na esclerose múltipla, o próprio organismo começa a produzir anticorpos contra a bainha de mielina, uma estrutura que atua como isolante elétrico e contribui para a propagação eficiente do impulso nervoso ao longo dos axônios, prolongamentos dos neurônios responsáveis pela transmissão de informações. “A doença degenera a bainha de mielina, afetando diferentes partes do corpo, dependendo da região do sistema nervoso central que está sendo atacada, como o cérebro, cerebelo, tronco cerebral ou medula espinhal. Cada uma dessas regiões pode apresentar sintomas e sinais específicos”.

Diagnóstico: envolve uma combinação de fatores clínicos e exames complementares. Sintomas como fadiga intensa, problemas de visão e dificuldades motoras e cognitivas são comuns. Para confirmar o diagnóstico, é necessária uma ressonância magnética do cérebro e da medula espinhal, que pode revelar áreas de desmielinização (danos à mielina). Exames de líquor e potenciais evocados também podem auxiliar no diagnóstico.

Tratamento: embora não haja cura para a esclerose múltipla, o tratamento visa a controlar os sintomas, reduzir a frequência dos surtos e desacelerar a progressão da doença. Durante um surto, medicamentos específicos podem ser usados para reduzir a inflamação e ajudar na recuperação. Para a fase de manutenção, tratamentos a longo prazo são indicados para diminuir a atividade da doença e prevenir novos surtos. Além disso, terapias de suporte, como fisioterapia e reabilitação, desempenham um papel crucial em melhorar a mobilidade, a função e a qualidade