Na instituição, que é referência para a população da Zona Leste, existem profissionais com carga horária exclusiva dedicados às funções necessárias para a captação de órgãos. Além disso, as práticas desenvolvidas são reconhecidas e premiadas pela Secretaria Estadual da Saúde pelo excelente trabalho realizado na captação, que possibilita a continuidade da vida de centenas de pacientes

No dia 27/09, é celebrado o Dia Nacional da Doação de Órgãos. Com o intuito de conscientizar a sociedade sobre a importância desse gesto, a data promove o diálogo e incentiva um número crescente de pessoas a participarem da campanha e se tornarem doadoras. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil é referência mundial na área de transplantes e possui o maior sistema público de transplantes do mundo. Em números absolutos, o Brasil é o 2º maior transplantador do mundo, atrás apenas dos EUA.

No ano passado, o Brasil bateu, pelo segundo ano consecutivo, recorde no número de transplantes realizados. Foram 30,3 mil doações de órgãos em 2023, mas 70,8 mil pessoas ainda aguardam por um órgão na fila. De acordo com dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), entre janeiro e junho de 2023, o país registrou mais de 1,9 mil doadores efetivos de órgãos, estabelecendo um recorde para o período dos últimos dez anos. Esse aumento possibilitou a realização de mais de 4,3 mil transplantes, representando um crescimento de 16% em relação ao mesmo período de 2022.

No Hospital Santa Marcelina, em Itaquera, existem profissionais com carga horária exclusiva dedicados às funções necessárias para a captação de órgãos, devidamente treinados e com amplo conhecimento de todo o processo. Além disso, as práticas realizadas são reconhecidas e premiadas pela Secretaria Estadual da Saúde pelo excelente trabalho na captação, que possibilita a continuidade da vida de centenas de pacientes.

De acordo com o Dr. Carlos de Almeida, coordenador da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos do Hospital Santa Marcelina, na matriz, em Itaquera, todo o processo é seguro e segue importantes protocolos. “Participamos ativamente de todas as etapas da doação, ficando reservado à equipe médica especializada e ao médico assistente o protocolo de morte encefálica, sendo a família previamente comunicada sobre a realização desse procedimento. A equipe de captação de órgãos realiza a entrevista com os familiares para apresentar a possibilidade da doação. Após essa etapa, e com a autorização da família, são realizados exames laboratoriais e de imagem, além da comunicação com a central de transplantes”, explica o Dr. Carlos de Almeida.

Almeida também complementa que a principal dúvida dos familiares é não conhecer previamente o desejo da pessoa em vida, o que representa a maior dificuldade em relação à doação. Além disso, destaca a falta de informação adequada, não apenas sobre o processo em si, mas também sobre as informações desconexas que chegam até o momento da aceitação da doação de órgãos e tecidos.

E como funciona o transplante de órgãos no Brasil? A Comissão Intra-Hospitalar de Transplantes (CIHT) notifica a Organização de Procura de Órgão (OPO), que repassa a informação para Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (Central de Transplantes) com os prováveis receptores.
A Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) aponta que a lista de espera dos pacientes gerida pelo SUS prioriza, entre outros fatores, a gravidade da doença. Esse sistema de lista única tem ordem cronológica de inscrição, sendo os receptores selecionados desse modo, em função da gravidade ou compatibilidade sanguínea e genética com o doador. Porém, a distribuição de órgãos depende de outros critérios além do tempo na fila (os critérios variam de acordo com o órgão a ser transplantado e suas devidas necessidades).

O outro lado da doação. E quem recebe o órgão? O Hospital Santa Marcelina, em Itaquera, se tornou referência em procedimentos de transplantes de rim, inclusive para doadores vivos – e pode ser realizado por meio da compatibilidade entre parentes ou amigos. A instituição é referência, também, no transplante de medula óssea, por meio da Unidade de Transplante de Medula Óssea (TMO) do hospital, para atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS), convênios e particular.

Referência em transplantes de rim: desde 1997, o hospital realiza o transplante de rim. O cuidado com o receptor é um dos diferenciais do setor de transplantes. Na unidade, o paciente é submetido a exames complementares e de rotina para garantir que esteja em boas condições clínicas na hora de receber o órgão.

Transplante de medula óssea : a unidade de Medula Óssea realiza o procedimento nas modalidades alogênico aparentado, autólogo, alogênico não aparentado e haplo idêntico, recebendo pacientes com indicação para TMO vindos do Maranhão, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará, entre outros estados brasileiros. Desde 1998, o processo para o transplante de medula óssea tem início com o acolhimento do paciente e prossegue durante todo o tratamento, com acompanhamento de equipe multidisciplinar.

Mitos e verdades sobre doação de órgãos:
• É preciso deixar documentos assinados para ser um doador? Mito!
Realidade: a autorização para a doação de órgãos é feita pela família de primeiro e segundo grau após o falecimento;

• Idosos ou pessoas que já tenham tido alguma doença não podem ser doadores? Mito!
Realidade: todas as pessoas podem ser consideradas potenciais doadoras, independentemente da idade ou do histórico médico. Uma avaliação com base em exames clínicos, de imagem e laboratoriais é feita no paciente falecido para determinar a possibilidade de transplante, e quais órgãos e tecidos podem ser doados;

• A doação de órgãos beneficia muitas pessoas? Verdade!
Um único doador de órgãos e tecidos pode beneficiar pelo menos 10 pessoas que aguardam por um transplante de órgãos ou tecido.

• Pessoas ricas e famosas recebem órgãos mais rápido? Mito!
Realidade: a ordem de prioridade na lista de transplantes é baseada na gravidade do caso, compatibilidade e tempo de espera, e não em status social e financeiro.

• Quase todos os órgãos e tecidos do corpo podem ser doados? Verdade!
Os órgãos e tecidos que podem ser doados são: coração, pulmão, fígado, rins, pâncreas, intestinos, pele (camada superficial), ossos, válvulas cardíacas e córneas.

Para ser um doador o que é preciso fazer? É necessário avisar a família para que, após a morte, possam autorizar, por escrito, a doação. Caso queira doar órgãos ainda em vida, é possível também.