No dia 13 de março é celebrado o Dia Mundial do Rim, e o tema central deste ano é focado na prevenção, diagnóstico e conscientização da doença renal crônica. A Organização Mundial da Saúde avalia que, globalmente, esta condição crônica afeta cerca de 10% da população. Outras estimativas indicam a predominância global de DRC (Doença Renal Crônica) em 14% da população geral e 36% em grupos de risco. No Brasil, a prevalência estimada em adultos é de 6,7%, triplicando em indivíduos com 60 anos ou mais de idade.
A doença renal já é reconhecida como um problema global de saúde pública, e os principais grupos de risco para o desenvolvimento da doença são pacientes hipertensos, diabéticos, obesos, idosos e aqueles que tem histórico familiar de doença renal ou cardiovascular. Ela é uma condição na qual os rins perdem a capacidade de efetuar suas funções básicas podendo ser aguda, quando ocorre súbita e rápida perda da função renal, ou crônica, quando esta perda é lenta, progressiva e irreversível.
Em estágios iniciais é assintomática sendo que a melhor forma de diagnóstico é por meio de um simples exame de sangue onde é medido a creatinina – uma substância produzida pelos músculos e responsável pela produção da energia necessária para a contração muscular, sendo eliminada pelos rins através da urina. Quando a creatinina estiver aumentada no sangue pode ser um sinal de que os rins não estão funcionando adequadamente. Outra forma de diagnosticar a doença é por meio do exame de urina onde pode se verificar algumas alterações como a perda de proteína.
Segundo a Dra. Juliana Zanocco, nefrologista do Serviço de Transplante Renal do Santa Marcelina Saúde, a doença renal crônica está associada mais frequente a duas doenças de alta incidência na população brasileira: hipertensão arterial e diabetes. “Como o rim é um dos responsáveis pelo controle da pressão arterial, quando ele não funciona adequadamente há alteração nos níveis de pressão, e esta mudança também sobrecarrega os rins. Portanto, a hipertensão pode ser a causa ou a consequência da disfunção renal, e seu controle é fundamental para a prevenção da doença”, esclarece a nefrologista.
Já o diabetes pode danificar os vasos sanguíneos dos rins e interferir no funcionamento destes órgãos, que não conseguem filtrar o sangue corretamente. Outras causas são a nefrite (inflamação dos rins), história de vários cistos hereditários, infecções urinárias frequentes, que podem danificar o trato urinário, e doenças congênitas”, orienta.
Doença renal em números: no Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), o número de pessoas com DRC avançada é crescente e atualmente mais de 140 mil pacientes já realizam diálise no país. A mortalidade relacionada a doença continua a aumentar anualmente e deve ser a quinta causa de morte no mundo até 2040, sendo reconhecida como um problema global de saúde pública.
Sintomas: a progressão lenta da doença permite que o organismo se adapte à diminuição da função renal. “Por isso, muitas vezes, a doença não manifesta sintomas, se associada a sinais muito leves como cansaço, até que haja um comprometimento grave dos rins. Nesses casos, os sinais são: cansaço, indisposição, alteração na cor da urina, dificuldade de concentração, diminuição do apetite, sangue e espuma na urina, inchaço nos olhos, tornozelos e pés, dor lombar, anemia, fraqueza, enjoo, vômitos e alteração na pressão arterial”, explica a nefrologista da Instituição.
Tratamento: não existe cura para a doença renal crônica, embora o tratamento possa retardar ou interromper a progressão da doença e impedir o desenvolvimento de outras condições graves. “A insuficiência renal pode ser tratada com medicamentos e controle da dieta e, principalmente, ao diminuir a quantidade de sal na comida, além de evitar o uso de medicações como anti-inflamatório. Nos casos mais extremos pode ser necessária a realização de diálise ou transplante renal, como terapêutica definitiva de substituição da função renal.
Prevenção: as medidas preventivas incluem:
- Controle da hipertensão arterial e diabetes
- Monitoramento da história familiar
- Avaliação médica anual de sangue e urina nas próprias UBS ou Clínico Geral
- Alimentação equilibrada, com baixo consumo de sal e açúcar
- Prática regular de exercícios
- Não fumar
- Controle dos níveis de colesterol
- Evitar automedicação.