O Brasil encontra-se em 6º lugar no mundo entre os países que mais possuem pessoas que vivem com a doença

O Dia Mundial do Diabetes, celebrado em 14 de novembro, é uma oportunidade para aumentar a conscientização sobre essa doença crônica, caracterizada pela dificuldade do corpo em produzir ou utilizar adequadamente a insulina, hormônio responsável por regular a glicose no sangue. Essa condição resulta em níveis elevados e permanentes de açúcar no sangue (hiperglicemia) e é considerada um problema de saúde pública global, reforçando a importância da prevenção e do diagnóstico precoce.

De acordo com dados da International Diabetes Federation (IDF) 2025, o Atlas de Diabetes no mundo, aponta que cerca de 589 milhões de adultos vivem com diabetes, o que representa 11,1% da população mundial. A previsão é que, até 2050, esse número aumente para 853 milhões, cerca de 13% dos adultos. Estima-se que o Brasil tenha 16,6 milhões de adultos diabéticos, atingindo a marca de 10,7% da população brasileira. O país está em sexto lugar no ranking de pessoas com a doença no mundo.

Segundo a Dra. Priscila Schinzari, endocrinologista do Ambulatório de Especialidades do Hospital Santa Marcelina, o diabetes é um problema de saúde pública global, e os sinais de alerta para a doença são perda de peso não intencional, sede excessiva, visão turva e urina frequente associado ao exame de glicemia, com níveis iguais ou superiores a 200 mg/dl. O diagnóstico precoce é muito importante para a prevenção das complicações da doença. “Mais do que controlar os números, o objetivo é cuidar melhor da saúde do diabético e oferecer educação continuada, tratamento e reforçar a importância da prevenção da doença com atividade física regular, controle do peso e do estresse, além de cessar o tabagismo”, orienta a endocrinologista.

Diferença entre o diabetes tipo 1 e tipo 2: no diabetes tipo 1, o próprio sistema imunológico ataca e destrói as células produtoras de insulina. Essa patologia é mais frequente em crianças e jovens de até 20 anos. Por esse motivo, o diagnóstico geralmente ocorre na infância e na adolescência. Já o tipo 2 é caracterizado por resistência à insulina associada ou não à uma deficiência parcial em sua secreção pelas células pancreáticas, além de alterações nesse processo. O diabetes tipo 2 é o mais comum e representa 90% dos casos da doença, frequentemente associado à obesidade, ao sedentarismo e ao envelhecimento. Pessoas com diabetes tipo 2 têm de duas a quatro vezes mais chance de ter um infarto ou acidente vascular isquêmico, em comparação com quem não tem a doença.

Prevenção: praticar exercícios regularmente, manter o peso adequado e uma alimentação equilibrada, evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool e equilibrar o nível de estresse são as principais recomendações para prevenir a doença. “A alimentação equilibrada, com controle da ingestão de carboidratos e açúcares, priorizando frutas, legumes e verduras, pode auxiliar no controle glicêmico. As atividades físicas também servem como técnicas de relaxamento para melhorar o estresse, aumentar a capacidade do corpo de usar a insulina de forma mais eficiente e auxiliar no equilíbrio dos níveis de glicose no sangue”, esclarece a Dra. Schinzari.

Tratamento: varia de acordo com a necessidade de cada paciente diagnosticado. As principais maneiras de amenizar a doença são os medicamentos orais ou injetáveis, a terapia de substituição da insulina, o uso de bomba de insulina, o monitoramento contínuo da glicose e as alterações na alimentação e na rotina. “É importante reforçar que a pessoa diagnosticada com diabetes pode ter uma vida normal, desde que mantenha o acompanhamento médico, realize regularmente o monitoramento dos níveis de glicose no sangue, faça uso adequado dos medicamentos e mantenha a alimentação equilibrada”, esclarece.

No Ambulatório de Especialidades do Hospital Santa Marcelina, são atendidos aproximadamente 340 pacientes por mês, com casos mais complexos da doença. “Em média, 10% dos pacientes atendidos representam casos de diabetes tipo 1 e 85% de diabetes tipo 2, principalmente aqueles em que o nível glicêmico permanece elevado de forma persistente — com a doença de mais difícil controle e com complicações mais presentes. A maioria dos pacientes com diabetes tipo 2 tem entre 40 e 75 anos, com prevalência do público feminino”, finaliza a endocrinologista da instituição.

Expertise do Santa Marcelina Saúde: com profissionais altamente especializados no tratamento do diabetes, o Santa Marcelina Saúde já recebeu, somente neste ano, cerca de 1,7 mil pacientes destinados ao tratamento da doença e realizou aproximadamente 2,1 mil atendimentos a diabéticos.