O câncer é a segunda principal causa de mortes no mundo, ficando atrás apenas das doenças não transmissíveis, como as cardiovasculares, e registrando cerca de 10 milhões de casos por ano. No entanto, um terço dessas ocorrências pode ser prevenido.
O Dia Mundial do Câncer, celebrado em 4 de fevereiro, tem como objetivo conscientizar a população sobre os fatores de risco da doença, as formas de prevenção e a importância do diagnóstico precoce.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a incidência de câncer aumentou 20% nos últimos 10 anos. Entre 2023 e 2025, estima-se que surjam 704 mil novos casos da doença. Somente em 2023, foram registrados 483 mil novos casos, um crescimento de 13% em relação aos anos anteriores.
Os tipos de câncer mais comuns, segundo o INCA – Instituto Nacional do Câncer, incluem os tumores de pele, mama, próstata, intestino, colo do útero, além dos tumores de cabeça e pescoço. A busca por diagnósticos, campanhas de prevenção, como mutirões, e a adoção de hábitos saudáveis são fundamentais para a conscientização sobre a doença.
Até o momento, não há uma causa exata para o desenvolvimento do câncer. No entanto, fatores ambientais e genéticos, isolados ou combinados, podem aumentar o risco da doença.
“A adoção de hábitos saudáveis é essencial para a prevenção. Não fumar, evitar bebidas alcoólicas, manter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos, realizar exames de rotina e evitar a exposição excessiva ao sol são recomendações importantes que devemos incorporar ao nosso dia a dia”, explica a Dra. Célia Regina Soares, radio-oncologista responsável pelo Departamento de Radioterapia do Santa Marcelina Saúde.
O tratamento do câncer é multidisciplinar e a radioterapia é um dos principais tratamentos, sendo que cerca de 70% dos pacientes oncológicos recebem esse tipo de terapia em alguma fase do seu tratamento.
Serviço de Radioterapia do Santa Marcelina Saúde: inaugurado em 2001, o Serviço de Radioterapia do Santa Marcelina Saúde conta com profissionais capacitados que oferecem um atendimento humanizado e de alta qualidade técnica. Com um parque tecnológico moderno e atualizado, o serviço dispõe de recursos avançados que permitem a aplicação de técnicas eficazes no tratamento oncológico, sendo reconhecido como referência na Zona Leste de São Paulo.
Entre 2021 e 2022, o Serviço de Radioterapia passou por uma modernização com a aquisição de novos equipamentos, visando oferecer maior qualidade técnica no tratamento oncológico. Essa atualização não só permite que possa haver aumento das chances de cura, como, principalmente, redução dos riscos de efeitos colaterais e complicações tardias para os pacientes.
Com equipes multiprofissional e multidisciplinar, que seguem protocolos rigorosos, o serviço conta com radio-oncologistas, físicos médicos, dosimetristas, técnicos em radioterapia, oncologistas clínicos, cirurgiões, radiologistas, patologistas, odontologista, nutricionista, assistente social, psicóloga e enfermeiras.
Em 2024, foram realizadas aproximadamente 4.500 consultas no setor de Radioterapia e mais de 1.300 pacientes receberam tratamento, sendo 92% adultos e 8% crianças e adolescentes. Entre os adultos, os tipos de câncer mais frequentes são de mama, próstata, tumores ginecológicos e de cabeça e pescoço. Do total de atendimentos, 95% são destinados a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
Importância da prevenção e do diagnóstico precoce
Não fumar e evitar bebidas alcoólicas: o tabagismo e o consumo excessivo de álcool aumentam significativamente o risco de câncer. Esses hábitos podem elevar em até 20 vezes as chances de desenvolver câncer de cabeça e pescoço.
Alimentar-se de maneira saudável: o consumo excessivo de carnes vermelhas ou processadas, assim como uma dieta pobre em fibras e vegetais, está associado ao maior risco de câncer colorretal, de estômago e de nasofaringe. “Invista em uma alimentação equilibrada, incluindo proteínas magras, cereais e vegetais, e evite alimentos ultraprocessados e gordurosos”, orienta a Dra.
Prática de atividade física: a atividade física reduz o risco de obesidade, fator que pode contribuir para o desenvolvimento de alguns tipos de câncer e outras doenças crônicas. Além disso, estar fisicamente ativo ajuda a diminuir as chances de câncer colorretal, de mama e de endométrio. “A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda pelo menos 150 a 300 minutos de exercícios físicos de intensidade moderada a vigorosa por semana para adultos, e cerca de 60 minutos por dia para crianças e adolescentes”, explica.
Diagnóstico precoce: muitos cânceres não apresentam sintomas nos estágios iniciais, quando as chances de cura são maiores. Além de evitar fatores de risco, é essencial realizar exames preventivos para detectar possíveis lesões pré-malignas, como as causadas pelo HPV e tumores ainda assintomáticos.
“Alguns exames de rotina são essenciais para o rastreamento da doença, como o Papanicolau, indicado para mulheres entre 25 e 64 anos; a mamografia, recomendada anualmente para mulheres a partir dos 40 anos; o exame de toque retal, realizado em homens acima de 50 anos; e a colonoscopia, conforme indicação médica para pessoas acima de 50 anos”, reforça a radio-oncologista.